01/10/22: após uma eternidade sem tocar

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Na fissura, sem se apresentar desde 2019, o Vilipêndio pôde, enfim, retomar o gosto de fazer um som ao vivo. E foi na véspera do primeiro turno presidencial, justamente na Lapa, local cuja atmosfera remete a tantos shows da banda, em espaços que, para o bem e para o mal, se confundiam com a própria cena independente. A Lapa foi praticamente o nascedouro da banda, nos idos de 2002.

O show marcou a estréia do baterista Daniel de Castro, que chegou a ensaiar com o Vilipêndio durante algum tempo em 2019 e voltou em agosto de 2022. E as novidades não pararam por aí: estiveram no repertório “Estilo de vida: consumidor”, do CD A pressa é amiga da destruição (2022), executada pela primeira vez, e I dont wanna go down to the basement (do primeiro álbum dos Ramones), bastante tocada pelo Vilipêndio entre 2010 e 2012, com os vocais a cargo do baixista da época, Alex Costa. Por fim, um dos melhores momentos do show ficou com “Nada demais”, música de autoria do batera Daniel de Castro e que havia sido gravada por ele com a banda Homens de Verde.

O evento foi organizado pela banda Pacto Social, que fechou o festival, e teve também a presença da Matilha e da Cara de Porco, que enriqueceram a noite com muito peso.

“A Lapa tem um sabor especial, porque remete ao primeiro show que fizemos, no Sobradão do Rock”, rememorou o vocalista/guitarrista Ricardo Caulfield, único remanescente da formação do Vilipêndio de 2002. Na foto, a formação atual no Estúdio Espaço Ipiranga, com Daniel, Ricardo e a tecladista Simone Caulfield, na banda desde 2014.

“Encontrar as pessoas, o público e as outras bandas era algo que parecia muito distante no auge da pandemia, então de certa forma tem um gosto de recomeço”, refletiu Caulfield, para alertar: “Mas não se pode achar que a Covid desapareceu totalmente… “