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MULHERES APAIXONADAS NÃO ENTRAM EM AÇOUGUES
Letra e música: Ricardo Caulfield
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007

Mulheres apaixonadas não entram em açougues / Tripas e vísceras o amor não fala nada sobre nem os contos de fadas / Vingança é a única matemática que os ingênuos conseguem entender quando tentam viver na prática amores de novela de TV / Você pergunta o meu ascendente,eu digo que não sei você não entende que certas coisas eu não sei / Você diz que a cada instante estou ficando mais distante / Mas eu sou assim / Às vezes gosto de ficar só, às vezes me sinto melhor só com o espelho olhando pra mim / mulheres apaixonadas não entram em cemitérios pois o fim é o fim do mistério são tantas mensagens no ar só os mortos não vêem o luar / Quando o homem exorciza a criança quando a realidade mutila as lembranças quando sangue faz o dinheiro jorrar mulheres não deveriam se apaixonar / Você pavilhou seu caminho e quer enfeitar o meu você joga fora os espinhos e quer iluminar o breu / você diz que a cada instante estou ficando mais distante mas isto não acontece /você não entende a diferença que existe desde a nascença / entre homens e mulheres

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MEDO
Gravação do CD 15 abismos, de 2002
Letra de Ricardo Caulfield

As ruas estão desertas, há gente com medo/ Crianças espertas quando saem voltam cedo / O futuro é chiclete e o pânico gruda / Ditam as leis e isto não muda / Que tal o fascínio da escuridão? / Você diz não, acenando a mão, / Mas não estou falando com você! / Se liga, mermão! / Pânico e prostração

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GOSTO DE CHEGAR ATRASADO
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra: Ricardo Caulfield
Música: Thiago Sobral/Ricardo

Meu relógio está parado / Mas ele não está calado / Ele me diz que as horas não passam / E eu gosto de chegar atrasado / Lá fora a buzina faz alarde / O mundo aprisionado nas cidades / Eu fiz uma camiseta / E estampei o seu segredo / Minha democracia é sangrenta / Eu não quero aconchego / Tranco a porta, acordo o cão / Ensolarando a cidade, solidão / Meu canto é um grito / Meu canto é aqui / Meu riso é um rito / É a raiva que ri / A noite anoitece e se cala / Medo é censura e senzala / Caem árvores / Nascem portas / Dia-a-dia caminho na corda bamba / A sirene anuncia morte na caçamba / Brigas, injustiça e desastre / Onde há fumaça, há humanidade 

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FANTOCHES DA MÍDIA
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra: Ricardo, Edivaldo Gomes, Leo Hell, Patrícia Silva, Leo Felicíssimo
Música: Ricardo

O falso moralismo contamina os espíritos vulneráveis / que acreditam nas promessas dos ídolos fabricados / mentes congeladas vagam em hipócritas alienações / O poder serve para oprimir as idéias / O ser humano é um fantoche nas linhas da mídia /cheio de neuroses e limitado pela mediocridade / O homem moderno se tranca em seu mundo pessoal / incapaz de situar seus problemas no panorama social / Ele ignora e se escora no senso comum / o grande irmão destrói vidas criando mitos fascistas / O ser humano é um fantoche nas linhas da mídia / cheio de neuroses e limitado pela mediocridade / duas coisas aviso que eu não sei fazer / uma delas, mandar, a outra, obedecer / mas se a vida for mesmo um grande teste do sofá / arte então é dizer não a quem quer te comer

 

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EU DEFENDO A LEI
Gravação do CD 15 abismos, de 2002
Letra de Ricardo Caulfield

Pra proteger a comunidade / E sustentar minha família / Na flor da idade / Ingressei na polícia / Este mundo é um caos / Sou violento, eu sei / Mas o que faço de mal / É pra defender a lei / Se eu tiver que advertir alguém, eu advertirei / Se eu tiver que humilhar, eu humilharei / Se eu tiver que agredir, eu agredirei / Se eu tiver que massacrar, eu massacrarei / A lei não conhece limites /Você não espera que eu distribua convites / Chamando para participar da minha blitz / Só de pensar em te revistar, abre o meu apetite! / Um bando de jovens é sempre suspeito / Algo está errado ou algo já foi feito / Se o crime for pesado, eu levo pra prisão / Mas se for bobagem, podem molhar a minha mão / É fácil chegar, difícil encontrar, fácil falar, difícil convencer / É fácil machucar e muito mais fácil matar / É fácil matar, é fácil ignorar as suas preces / Quem não mata, fere / Quem não mata, fere / Ele se veste realmente muito mal / Ou é mendigo, ou intelectual / Anda sozinho, falando pelos cantos / Ou está drogado, ou conversa com os anjos