O SANTO DA TELEVISÃO
Gravação do CD “A eternidade do caos”, de 2011
Esta é a história de um homem que move montanhas…de dinheiro! / O publico em grande parcela sentado no sofá / Quando ele aparece na tela / E diz que vai nos salvar / Usando doces palavras em um terno bem cortado / e sua alma tem chagas, ele vende o esparadrapo / Ele é o superstar, a sensação / Ele é o super-herói contra a perdição / Ele é o santo da televisão / Ele veste o disfarce, mestre da minha catarse / Dinheiro, amor ou saúde…desde que eu lhe ajude / Para entrar no rebanho, dou quase tudo que eu ganho / Mas se eu ganho o mínimo, quanto custa o meu sacrifício?/ Na luta do bem contra o mal, não troque de canal / O pecador tem salvação em tela de alta definição / Ele veste o disfarce, mestre da minha catarse / Dinheiro, amor ou saúde…desde que eu lhe ajude / Sua voz cristalina ou forte como um trovão / Ele oferece o futuro / Eu pago no cartão.
VERDE E AMARELO
Letra de Ricardo Caulfield
Ele matou a própria família / Dizimou, esquartejou / E fez uma sopa com os restos / Os móveis ficaram impregnados de sangue / O tapete vermelho como o inferno /
A polícia chegou e aplaudiu / Ela tem que reconhecer que é preciso aprender / Para conseguir uma violência igual / Ou pelo menos, do mesmo grau / Após o assassinato, o autor / Escapou bêbado e alucinado / Orgulhoso de seus atos / Ele foi procurar um cargo de síndico / Em algum edifício pintado de verde e amarelo! / Verde e amarelo!
SHANGRI-LA
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra de Ricardo Caulfield
O bêbado tenta dirigir, o menino tenta atravessar / enquanto uns sangram por aqui / outros vivem em shangri-la / Será que é azar? / Será que está escrito? / Será que vale a pena rezar para mudar o destino? / Em um país desenvolvido talvez a vida fosse tranquila / mas a violência para te pegar pode driblar as estatísticas / Será que é azar?, / Será que está escrito, / Se Deus está no ar, será que não está comigo? / O professor morre de fome, / Corrupção dá aula / No Brasil só vale aprender como ficar fora da jaula
POR MOTIVOS BANAIS (como sexo, drogas e religião, ele foi morto, pelo melhor amigo, no aniversário)
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra de Ricardo Caulfield
Música: Marcio Bukowski/Ricardo
As portas estão abertas / Há milhares de ofertas / Se você tem dinheiro na mão / Escolha sexo / Escolha drogas / Escolha religião / Dias sem dormir, devo admitir, tenho que tomar uma pílula / Não sei pra onde ir, devo admitir, tenho que comprar uma bússola / Se encontrar e se perder são o mesmo motivo para viver / Qual o motivo de uma vida como a minha? / Só porque meu pai não usou a camisinha! / Qual o motivo de uma vida feito a sua? / Só porque seu pai catou uma mulher na rua! / Por que amigo oculto, se não há amizade? / Pra que esconder, se não é verdade? / Pra não falar comigo tem gente que atravessa a rua / Pra não me encarar tem gente que finge que observa a lua / Gente que mistura raiva, desprezo e desdém / No meu aniversário estica a mão e dá parabéns / Qual o motivo de eu querer uma criança? / Dívida e inimigos serão a sua herança! / Qual o motivo de teres uma continuação? / Sua mãe te concebeu na traseira de um camburão! / Por que amigo oculto, se não há amizade? / Pra que esconder, se não é verdade? / Diga o que você vê / Arquiteto do caos, amante do limbo / A destruição me eleva ao infinito